O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, apresentou aceleração em novembro, subindo 0,62% no mês e atingindo 4,77% em 12 meses, segundo dados do IBGE. Esse resultado supera o teto da meta de inflação de 2024, que é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual, e reforça as preocupações sobre o controle inflacionário no Brasil.
Destaques do IPCA-15 de novembro:
- Alimentos e Bebidas:
- Maior impacto no índice, com alta de 1,34% no mês.
- Principais itens que subiram:
- Óleo de soja: +8,38%.
- Tomate: +8,15%.
- Carnes: +7,54%.
- Despesas Pessoais:
- Alta de 0,83%, influenciada pelo aumento de 4,97% no preço do cigarro, devido ao reajuste do IPI.
- Transportes:
- Subida de 0,82%, com destaque para:
- Passagem aérea: +22,56%, maior impacto individual no índice.
- Subida de 0,82%, com destaque para:
- Habitação:
- Subida de 0,22%, com desaceleração da alta da energia elétrica residencial, que foi de 0,13%, reflexo da bandeira tarifária amarela.
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Repercussão Econômica:
- Expectativas de Inflação:
- O IPCA-15 de novembro reforça a tendência de aumento da inflação em curto prazo.
- Projeções do Banco Central:
- IPCA de 4,63% para 2024.
- 4,34% para 2025.
- Política Monetária:
- O Banco Central elevou a taxa Selic para 11,25% ao ano em novembro.
- É esperado mais um aumento de 0,5 ponto percentual na última reunião de 2024, em dezembro, levando a Selic para 11,75% ao ano, segundo a pesquisa Focus.
- Principais Preocupações:
- A alta de preços em alimentos e itens de transporte, como passagens aéreas, representa fatores voláteis que dificultam o controle inflacionário.
- Desancoragem das expectativas pode levar o Banco Central a adotar medidas mais rígidas para conter a inflação.
Análise:
O aumento da inflação em novembro acende um alerta para a economia brasileira, principalmente em um cenário de pressão dos alimentos e serviços essenciais. Com a política monetária mais restritiva, o Banco Central busca equilibrar as expectativas de inflação futura, mas o impacto direto nos consumidores pode agravar a sensação de perda de poder de compra no curto prazo.