BC faz mais um leilão após dólar bater R$6,30

O dólar registrou forte alta na manhã desta quinta-feira (19), atingindo a marca de R$ 6,30, apesar dos esforços do Banco Central (BC) para conter a valorização da moeda. O BC realizou dois leilões de venda de dólares à vista, totalizando US$ 8 bilhões.

No início da tarde, a moeda apresentou uma leve retração, sendo negociada a R$ 6,1302, com queda de 2,55%, enquanto o Ibovespa subia 0,82%, alcançando 121.464 pontos.


Contexto econômico e intervenções do BC

O primeiro leilão do dia resultou na venda de US$ 3 bilhões, sendo a quinta operação semelhante na última semana, enquanto o segundo leilão injetou mais US$ 5 bilhões no mercado. As intervenções do BC visam reduzir a pressão sobre o câmbio, que opera sob forte volatilidade devido a fatores internos e externos.

Na quarta-feira (18), o dólar havia encerrado o dia a R$ 6,26, um novo recorde, impulsionado pela incerteza fiscal no Brasil e pela decisão do Federal Reserve (Fed) de cortar as taxas de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual.

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Cenário fiscal brasileiro e reação dos mercados

O mercado segue pessimista em relação ao andamento do pacote fiscal proposto pelo governo, mesmo após a aprovação do texto-base de uma das propostas na Câmara dos Deputados. Há dúvidas sobre a possibilidade de aprovação das demais medidas ainda este ano ou sobre sua efetividade caso passem pelo Congresso.

Essas preocupações têm pressionado o câmbio e contribuído para a desvalorização do real.

  • Na quarta-feira, o Ibovespa caiu mais de 3%, marcando seu pior desempenho em dois anos, reflexo da apreensão fiscal e do impacto da política monetária dos EUA.

Impacto da decisão do Fed

A recente decisão do Fed de cortar os juros em 0,25 p.p., reduzindo a taxa para 4,25% a 4,5%, aumentou a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, redirecionando fluxos de capital para os Estados Unidos e pressionando moedas de mercados emergentes como o real.

Além disso, a sinalização do Fed de que o ritmo de cortes deve desacelerar em 2025 reforçou a percepção de que o ambiente externo continuará desafiador para economias emergentes.

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