O Banco Central (BC) realizou nesta sexta-feira (13) uma venda direta de dólares das reservas internacionais, sem recompra, para conter a alta da moeda norte-americana. No leilão, foram negociados US$ 845 milhões, uma intervenção que não ocorria desde 30 de agosto, quando a autoridade monetária vendeu US$ 1,5 bilhão.
Detalhes da operação
- Modalidade do leilão: Venda à vista, sem compromisso de recompra.
- Objetivo: Conter a valorização do dólar, que havia alcançado R$ 6,07 antes da operação. Após o leilão, a cotação desacelerou para R$ 6,02.
A medida difere da intervenção realizada na quinta-feira (12), quando o BC leiloou US$ 4 bilhões em modalidade de linha — com compromisso de recompra futura, programada para fevereiro e abril de 2025.
Situação das reservas internacionais
O Banco Central possui atualmente US$ 363,6 bilhões em reservas internacionais, um dos maiores volumes entre economias emergentes. A venda desta sexta-feira representa uma pequena fração do total disponível, mas sinaliza maior intensidade no uso das reservas para enfrentar a volatilidade cambial.
Movimentação do dólar nesta sexta-feira
- A moeda abriu o dia em queda, sendo negociada a R$ 5,99 nos primeiros minutos de operação.
- Ainda pela manhã, o dólar reverteu o movimento e passou a subir, chegando ao patamar de R$ 6,07, antes da intervenção do BC.
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Cenário econômico
A intervenção ocorre em um momento de pressão sobre o câmbio, reflexo de fatores internos e externos:
- Incertezas globais: O cenário econômico internacional segue instável, com aumento da aversão ao risco em mercados emergentes.
- Fatores domésticos: A valorização do dólar também reflete preocupações internas, como o aumento da taxa Selic e o impacto das discussões fiscais no Brasil.