Campos Neto diz que autonomia coloca BC à frente de ideologias

Nesta sexta-feira (20), Roberto Campos Neto fez um balanço de sua gestão como presidente do Banco Central (BC), enfatizando conquistas como a autonomia operacional da autarquia e os avanços na digitalização do sistema financeiro, marcados pela implementação do Pix.


Principais avanços durante a gestão

  1. Autonomia operacional do Banco Central:
    • Aprovada em fevereiro de 2021, a lei garantiu mandatos fixos de quatro anos ao presidente e diretores da autarquia, desvinculando o BC dos ciclos políticos.
    • Segundo Campos Neto, a autonomia permite decisões técnicas e de longo prazo, sem influências populistas.
    • “Isso separa o ciclo da política monetária do ciclo político, gerando bem-estar para a sociedade”, avaliou o presidente.
  2. Digitalização e inclusão financeira:
    • O Pix, sistema de pagamentos instantâneos, foi apontado como um marco na transformação digital do sistema financeiro brasileiro.
    • Campos Neto destacou o maior reconhecimento do BC pela sociedade devido à popularidade da ferramenta.
  3. Resiliência institucional em meio à polarização:
    • Campos Neto ressaltou que, em tempos de divisões políticas, a autonomia do BC é fundamental para preservar decisões técnicas e evitar interferências.

Autonomia completa ainda em debate

Apesar dos avanços, Campos Neto apontou que a autonomia do BC ainda é incompleta, pois a instituição carece de independência financeira e administrativa.

  • Uma PEC em tramitação no Congresso busca garantir autonomia total à autarquia.
  • O presidente alertou para os riscos de não avançar nesse ponto, citando o economista Roberto Campos, seu avô: “O risco de não ter as três [autonomias] é terminar sem nenhuma.”

Campos Neto lamentou não ter conseguido concluir esse processo durante seu mandato e reforçou a importância de continuidade nesse debate.

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Perspectivas futuras

A partir de 1º de janeiro de 2025, Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, assumirá a presidência da instituição. Campos Neto entra em recesso na segunda-feira (23), encerrando uma gestão marcada pela modernização do sistema financeiro e por desafios macroeconômicos em um contexto de alta inflação e incertezas globais.

Campos Neto finalizou destacando a importância de fortalecer as bases institucionais do Banco Central para garantir sua atuação técnica e independente no longo prazo.

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