Multinacionais serão taxadas em 15%, aprova Senado

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (18) o Projeto de Lei 3817/24, que estabelece uma tributação mínima efetiva de 15% sobre o lucro de multinacionais no Brasil. A medida faz parte do acordo global de combate à erosão tributária, liderado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O texto, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), segue agora para sanção presidencial.


Principais pontos do projeto

  1. Taxação de multinacionais:
    • A cobrança será implementada a partir de 2025 por meio de um adicional na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
    • O tributo será aplicado às multinacionais com receita anual consolidada superior a 750 milhões de euros (cerca de R$ 4,78 bilhões) em pelo menos dois dos quatro anos fiscais anteriores à apuração.
  2. Objetivo:
    A nova regra busca evitar que empresas usem paraísos fiscais ou transferências para países de baixa tributação para reduzir impostos.
  3. Impacto na adesão à OCDE:
    O Brasil tenta formalizar sua entrada na OCDE desde 2015. A aprovação dessa medida atende a critérios exigidos pelo grupo, alinhando o país às melhores práticas internacionais de governança tributária.

Incentivos tributários para multinacionais brasileiras

Embora o projeto estabeleça uma taxação mais rigorosa, ele também prorroga até 2029 dois incentivos tributários para multinacionais brasileiras:

  • Crédito presumido de 9% sobre lucros no exterior.
  • Consolidação de resultados das subsidiárias estrangeiras no exterior, para evitar dupla tributação e garantir competitividade.

De acordo com o relator, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), essas medidas são essenciais para evitar que as empresas brasileiras percam competitividade frente a concorrentes globais.

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Impactos financeiros

O Ministério da Fazenda estima que cerca de 290 multinacionais serão impactadas pela nova tributação, incluindo 20 empresas brasileiras.

Por outro lado, a prorrogação dos incentivos tributários deve gerar renúncia fiscal de:

  • R$ 4,051 bilhões em 2026.
  • R$ 4,283 bilhões em 2027.

Como funcionará a cobrança

  • A apuração do imposto será feita com base no lucro das empresas no Brasil e incluirá um cálculo para verificar se a tributação mínima de 15% foi atingida.
  • Caso contrário, o adicional da CSLL será aplicado.
  • O pagamento deverá ocorrer até o último dia do sétimo mês após o fim do ano fiscal, que pode variar dependendo do calendário de cada empresa.

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