O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira (18) um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, ajustando o intervalo para 4,25% a 4,5%. Esse foi o terceiro corte consecutivo, seguindo o ritmo das reduções realizadas em novembro e setembro, quando o ciclo de afrouxamento começou após mais de três anos de estabilidade ou alta.
Embora esperado pelo mercado, o movimento trouxe sinais de que o Fed está se aproximando do fim do ciclo de cortes, com membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) expressando maior cautela em relação a futuros ajustes.
Dissidência no Comitê e perspectivas de estabilidade
A decisão não foi unânime: a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, votou contra a redução e preferiu manter as taxas no nível anterior. A posição reflete preocupações com a inflação persistente, que ainda está acima da meta de 2% do banco central.
O comunicado do Fed destacou que os próximos passos dependerão de dados econômicos futuros e do equilíbrio entre os riscos de inflação e desaceleração econômica.
Reação do mercado e impacto no dólar
O corte nas taxas intensificou a pressão sobre o câmbio, levando o dólar a atingir R$ 6,24. Essa alta reflete o ambiente global de incertezas em torno da política monetária dos EUA e suas implicações nos mercados emergentes.
Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, “o Fed continua atento aos dois lados de seu mandato: a estabilidade dos preços e o pleno emprego. No entanto, a persistência da inflação adiciona complexidade ao cenário”.
Sung projeta mais um corte de juros em março de 2025 e o encerramento do ciclo entre 3,75% e 4,0% ao ano.
Cenário econômico dos EUA
A economia dos Estados Unidos tem mostrado resiliência mesmo diante de custos de empréstimos elevados, o que permite ao Fed ajustar a política monetária sem causar danos significativos ao crescimento ou ao mercado de trabalho.
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Dados recentes indicam:
- Crescimento econômico ligeiramente mais forte do que o previsto anteriormente.
- Taxa de desemprego menor, indicando um mercado de trabalho robusto.
- Expectativa de inflação em 2025 acima das projeções anteriores, o que pode limitar cortes adicionais.
Expectativas futuras
As previsões atualizadas do Fed sugerem apenas dois cortes de juros em 2025, uma redução em relação aos quatro cortes estimados em setembro.
O cenário base é sustentado pela ausência de sinais de uma recessão severa (hard landing) e pela percepção de que a inflação está desacelerando, mas ainda requer atenção.