O real teve um desempenho negativo nesta sexta-feira (20), registrando a maior queda entre as principais moedas em relação ao dólar.
O dólar subiu 1,84%, encerrando o dia a R$ 5,521. No entanto, apesar dessa alta, a moeda norte-americana ainda acumulou uma queda de 0,83% na semana, devido a sete dias consecutivos de baixa frente ao real até quinta-feira (19).
Esse movimento de alta do dólar é explicado por uma combinação de fatores internacionais e domésticos.
No cenário externo, o foco está na política monetária dos EUA, após o Federal Reserve cortar os juros em 0,5 ponto percentual, algo que não acontecia desde 2020.
A incerteza sobre os próximos cortes alimentou a valorização dos títulos do Tesouro americano, o que acabou fortalecendo o dólar.
No cenário interno, as atenções estão voltadas para o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, que foi divulgado hoje pelo governo federal.
Esse relatório traz dados importantes sobre a arrecadação federal e o possível contingenciamento de gastos, que são analisados de perto para verificar se o governo está no caminho certo para atingir a meta fiscal de 2024.
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Além disso, um artigo da Folha de S.Paulo indicou que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025 prevê R$ 543,7 bilhões em renúncias fiscais, ou seja, benefícios tributários concedidos a empresas e pessoas físicas.
Esse valor representa um aumento de R$ 20 bilhões em relação a 2024, levantando dúvidas sobre como o governo conseguirá manter as contas públicas equilibradas no futuro.
Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital, destacou que, embora haja expectativas de que o governo consiga atingir a meta fiscal em 2024, as incertezas em torno de 2025 são grandes.
As possibilidades de receitas extraordinárias, que ajudaram em 2024, podem ser mais difíceis de repetir, tornando o equilíbrio fiscal no ano seguinte um desafio maior.