ETF de ações argentinas chega a U$800 milhões de patrimônio com efeito Milei

Após um ano do governo de Javier Milei, o principal ETF (fundo negociado em bolsa) que representa ações argentinas, o Global X MSCI Argentina (ARGT), alcançou um patrimônio de US$ 817 milhões (R$ 4,9 bilhões), marcando um crescimento notável de seis vezes no total de ativos sob gestão desde a posse do presidente. Esse avanço reflete a nova percepção de investidores sobre o país como destino atrativo para alocação de recursos, impulsionada pelas reformas econômicas do governo Milei.


Reformas econômicas e impacto nos mercados

A política econômica de Javier Milei, caracterizada por um ultraliberalismo inspirado em Thatcher, inclui:

  • Corte drástico nos gastos públicos, que resultou em superávits fiscais consecutivos após anos de déficits crônicos;
  • Flexibilização dos controles cambiais, reduzindo a diferença entre o dólar oficial e o dólar paralelo (blue);
  • Estímulo ao setor privado e retirada de barreiras burocráticas, o que ajudou a atrair investidores estrangeiros.

Embora essas medidas tenham inicialmente acelerado a inflação, os índices de preços começaram a desacelerar nos meses recentes. Essa combinação de reformas e maior abertura econômica gerou um aumento de quase 70% no valor do ETF ARGT em 2024, impulsionado por ações de empresas argentinas.

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Fundo ARGT e o papel das empresas argentinas

O fundo ARGT reúne ações de 25 empresas argentinas ou com operações no país. Apesar de refletir a confiança no governo Milei, parte significativa da valorização do ETF é atribuída a empresas como o Mercado Livre (MELI), que possui o Brasil como maior fonte de receita. O Mercado Livre é o ativo com maior peso no índice do fundo, simbolizando a diversificação da economia argentina e a aposta em setores tecnológicos.

Outras empresas no fundo incluem bancos, empresas de energia e do setor agrícola, que também se beneficiaram da abertura econômica promovida pelo governo Milei.


Críticas e desafios sociais

Apesar dos avanços econômicos, as políticas de Milei têm gerado críticas pelo impacto social:

  • Reduções nos gastos públicos afetaram serviços essenciais, como saúde e educação;
  • A população de baixa renda enfrenta a perda do poder de compra, intensificando desigualdades econômicas.

Enquanto isso, organismos internacionais e investidores continuam atentos à sustentabilidade do modelo ultraliberal de Milei e aos seus possíveis efeitos a longo prazo.


A aposta no futuro da Argentina

O crescimento do ARGT reflete não apenas uma aposta no programa econômico de Milei, mas também no potencial de empresas argentinas de se integrarem mais ativamente aos mercados globais. Com a redução de barreiras econômicas e maior previsibilidade fiscal, a Argentina tem, ao menos por enquanto, reconquistado a confiança de investidores após anos de instabilidade.

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