Trump diz que demitir presidente do Fed não está nos planos

Donald Trump, em sua primeira entrevista televisiva após a eleição presidencial, declarou que não planeja remover Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), do cargo. A afirmação, feita no programa “Meet the Press”, exibido pela NBC neste domingo (8), marca um tom de estabilidade na relação entre o presidente eleito e o banco central dos EUA, após anos de críticas mútuas.

Trump descarta substituição de Powell

Quando questionado se pediria a renúncia de Powell, Trump foi direto:

“Não, eu não acho. Não vejo essa necessidade.”

Ele afirmou ainda que, embora acreditasse que Powell renunciaria caso fosse solicitado, não tem intenção de fazê-lo. Essa declaração contrasta com as tensões anteriores entre Trump e o presidente do Fed durante sua gestão na Casa Branca. Em ocasiões passadas, Trump havia chamado Powell de “inimigo” e criticado repetidamente as elevações nas taxas de juros, chegando a sugerir que poderia demiti-lo.

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Barreiras legais à demissão do presidente do Fed

Jerome Powell, que foi nomeado por Trump em 2017 e reconduzido ao cargo por Joe Biden, deixou claro em 2019 que o presidente dos EUA não pode demiti-lo sem uma “causa justificada”, conforme a legislação americana. Powell reafirmou essa posição logo após a recente eleição presidencial, quando foi perguntado se renunciaria caso solicitado:

“Não é permitido por lei.”

De acordo com o Federal Reserve Act, apenas graves violações de conduta poderiam justificar a remoção do presidente do Fed. A avaliação sobre o que constitui “causa justificada” seria decidida pela Suprema Corte, caso fosse contestada. Enquanto isso, o presidente do Fed poderia permanecer no cargo até o final de seu mandato, independentemente das pressões políticas.


Histórico de atritos e elogios

O relacionamento entre Trump e Powell foi marcado por altos e baixos. Durante seu primeiro mandato como presidente, Trump frequentemente criticou as decisões do Fed, especialmente o aumento das taxas de juros em 2018, em meio a temores de desaceleração econômica. Em 2019, chegou a chamar Powell de “o inimigo”, comparando-o ao líder chinês Xi Jinping.

Por outro lado, Trump reconheceu o papel de Powell em reduzir as taxas de juros para zero durante a crise econômica no início da pandemia de Covid-19, medida que ajudou a evitar um colapso nos mercados.

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